segunda-feira, 28 de maio de 2007

As boas intenções

Quando eu li sobre 1968, sobre as revoltas estudantis que fervilharam por todo o mundo. Eu perguntei ao meu professor de história qual o motivo que teria levado os estudantes a se sublevarem. A resposta dele foi muito simples, eles queriam ajudar a melhorar o mundo. Eu olhei para ele desconfiado, mas ele entendeu instantaneamente qual seria a minha dúvida e já atirou o segundo comentário.

-Eu sei o que você está pensando, qual motivo oculto levaria um bando de burgueses a se preocuparem com os rumos da sociedade. Pois bem, digo que deve ter se tratado apenas de boas intenções. Eles deviam ter boas intenções quando fizeram aquilo tudo.

É que às vezes é muito difícil acreditar nas boas intenções das pessoas. Há tantos exemplos históricos, como a Revolução Francesa, por exemplo. Com a idade, porém, a gente aprende a acreditar mais na boa intenção alheia.

Este blog trata de boas intenções, da crença nas boas intenções de pessoas preocupadas em ajudarem-se. Pessoas que querem conversar sobre Literatura e Arte, mas sem os esnobismos dos salões das cátedras, dos museus. É como a guilhotina sem patíbulo, sem espetáculo nenhum, apenas executando a empresa da divulgação da arte.

Pretende-se que este blog se torne a casa de amigos que procurem proteção deste deserto que nos cerca. Acenderemos as luzes, e elas permanecerão assim a noite toda, todas as noites. Então, seja bem vindo. Esta é a sua casa.

(a mesa está posta, com uma toalha branca com detalhes em vermelho, o pão está espalhado sobre ela e há um chá delicioso fumegando na xícara; na vitrola uma música do Chico diz o seguinte refrão: “... ao seu lado há um amigo que é preciso proteger/todos juntos somos fortes, não há nada a temer...”)